Não tem muito o que escrever de um jogo quando o placar fica no 0 X 0.
E acredito que, nessa partida, a torcida tem sua parcela de culpa pelo jogo insosso.
Indo pro estádio, ainda no carro, ouvi a notícia em primeira mão de que o atacante Dinei, artilheiro do time no campeonato, não jogava mais pelo Vitória. Foi vendido ao clube espanhol Celta de Vigo. O passe dele era do Atlético PR, que tinha, de acordo com o contrato, o direito de vender o jogador quando bem entendesse até o dia 1 setembro. É bom a torcida se acostumar com isso. São as novas regras do futebol. Cabe ao Vitória aprender a usar isso também a seu favor.
O torcedor já estava na defensiva com os desfalques importantes do time (Renan, Marquinhos e Leonardo Silva) e com a escolha do técnico Vagner Mancini de improvisar Jackson no ataque.
– Hoje vai ser difícil – dizia um.
– Hoje vai ser foda – dizia outro.
Com a noticia da saída de Dinei, minutos antes do inicio do jogo, o nervosismo aumentou, fazendo o torcedor já entrar no estádio puto da vida, transferido isso pro time desde o apito inicial. De mau humor, a torcida reclamava de qualquer lateral perdido, ou erro de ataque de Jackson. Estava tensa, vaiando os jogadores, como se eles fossem os culpados pelos desfalques e pela transferência-surpresa de Dinei.
O time em campo foi um reflexo do torcedor na arquibancada. Confuso e nervoso. Por um momento, em contra ataques perigosos do Sport, cheguei a achar o empate um bom resultado. Saí mais chateado com a ansiosa torcida do que com o time. Porém, ainda assim, é melhor vaiar do que fazer o que os pobres coitados tricolores fizeram, ao invadir o Fazendão. O desespero lá deve estar grande. A torcida do Bahia realmente tem me feito rir muito ultimamente.
Se eu fosse do departamento de marketing de alguma das empresas que expõem suas marcas ao lado do placar do Barradão, estaria mais puto do que o torcedor do acabado Bahia. Veja aqui o porquê.
Enfim, não tem muito o que escrever de um jogo quando o placar é de 0 X 0. E nem tinha placar.
Em tempo:
O segundo turno começou igual ao primeiro turno. Derrota pro Cruzeiro, empate com o Sport e vitória em cima do Figueirense. Ontem, 23/08, fora de casa, o Vitória ganhou por 2 X 1 do Figueirense, sendo que o primeiro gol foi um incrível gol de bicicleta e, mais incrível que o gol de bicicleta, foi que o segundo gol foi de Rodrigão.
Em tempo II:
Esse blog, a partir de hoje, passa a ser em homenagem à memória do amigo Maneca Tanajura, torcedor e dirigente do Vitória, que morreu hoje, 24/08, domingo, em decorrência de um câncer, deixando o mesmo vazio que um zero a zero deixa.
domingo, 24 de agosto de 2008
segunda-feira, 11 de agosto de 2008
Vitória X Vasco (nas nuvens)
Eu não pude ir a esse jogo pelo fato de estar no Rio de Janeiro fazendo o lançamento do meu livro e estava com a volta marcada para Domingo, ontem, dia do jogo no Barradão. Até tentei uma passagem que fosse mais cedo, para dar tempo de ir ao jogo, mas não consegui. O mais cedo que consegui foi no vôo 1602 da Gol, que saiu às 16:10.
Por um apagão no sistema, os assentos não puderam ser reservados, entrando em vigor a lei do assento livre. Me posicionei na frente da fila, pois sabia eu que o Barradão está na rota de pouso dos aviões que chegam a Salvador. Sempre que estou no Barradão, vejo os aviões pousando, já bem baixos… Me posicionei do lado em que daria pra ver o estádio.
Chegando em Salvador, fiquei atento e foi certeiro. Vi o Barradão lá de cima. Não dava pra ver o placar, porém, dava pra ver as luzes de fogos de artifício que a torcida do Vitória acende quando o time está com o jogo ganho. Meu otimismo foi interrompido por uma voz pobre e sofredora, na cadeira da minha frente:
– Ó o Barradão ali… Deve tá tomando um ferro do Vasco… – disse ele, que ficou falando impropérios contra o Vitória.
Desci do avião e caminhamos lado a lado, indo buscar as bagagens. Eu ia ligar pra um amigo meu que estava no Barradão, mas ele fez antes:
– E ai, a merda do Vitória tomou quanto? – ele perguntou pra alguém do outro lado da linha.
O outro lado da linha respondeu. Fiquei atento também.
– CINCO – gritou ele, que percebeu que eu estava de olho e orelha na conversa.
Confesso que tremi, mas durou pouco, pois logo depois ele fez a pergunta pro outro lado da linha, como que para confirmar:
– O Vitória deu cinco a zero no Vasco?!
– As luzes da torcida nunca falham – disse pra ele, que ficou meio sem entender, ainda atordoado com a noticia, olhando pra mim com cara de bunda...
Foi como estar no Barradão.
Por um apagão no sistema, os assentos não puderam ser reservados, entrando em vigor a lei do assento livre. Me posicionei na frente da fila, pois sabia eu que o Barradão está na rota de pouso dos aviões que chegam a Salvador. Sempre que estou no Barradão, vejo os aviões pousando, já bem baixos… Me posicionei do lado em que daria pra ver o estádio.
Chegando em Salvador, fiquei atento e foi certeiro. Vi o Barradão lá de cima. Não dava pra ver o placar, porém, dava pra ver as luzes de fogos de artifício que a torcida do Vitória acende quando o time está com o jogo ganho. Meu otimismo foi interrompido por uma voz pobre e sofredora, na cadeira da minha frente:
– Ó o Barradão ali… Deve tá tomando um ferro do Vasco… – disse ele, que ficou falando impropérios contra o Vitória.
Desci do avião e caminhamos lado a lado, indo buscar as bagagens. Eu ia ligar pra um amigo meu que estava no Barradão, mas ele fez antes:
– E ai, a merda do Vitória tomou quanto? – ele perguntou pra alguém do outro lado da linha.
O outro lado da linha respondeu. Fiquei atento também.
– CINCO – gritou ele, que percebeu que eu estava de olho e orelha na conversa.
Confesso que tremi, mas durou pouco, pois logo depois ele fez a pergunta pro outro lado da linha, como que para confirmar:
– O Vitória deu cinco a zero no Vasco?!
– As luzes da torcida nunca falham – disse pra ele, que ficou meio sem entender, ainda atordoado com a noticia, olhando pra mim com cara de bunda...
Foi como estar no Barradão.
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