quarta-feira, 22 de julho de 2009

Vitória X Atlético MG (o Galo e uma galinha)

O jogo seria difícil. Era contra o líder do campeonato e com o Vitória desfalcado dos seus três zagueiros titulares. Zagueiros estes que vêm fazendo um ótimo campeonato.

Como sempre, mesmo com chuva, muitas crianças no estádio.
Na parte de cima a torcida do Atlético MG era escoltada pela polícia até o local dos visitantes. Um princípio de confusão começa. Eu estava no terceiro degrau, bem em cima, e pude ver a confusão entre as pernas dos torcedores dos degraus acima. O clássico Coturnos X Chinelos começava. Um torcedor do Vitória passa por mim apressado, descendo os enormes degraus como se estivesse fugindo de algo. Algo de farda e cassetete na mão. Subiu só pra procurar confusão, fez sua bagunça e desceu correndo. A vontade que dá é de dar um empurrão pra ele descer capotando arquibancada abaixo... Mas é só uma vontade.

Também não filmo briga. Gasta a bateria da filmadora e a fita custa caro. Tem coisas mais interessantes pra filmar, como um torcedor do Bahia no meio da torcida do Atlético MG. Parecia uma galinha no meio dos galos. Toda saltitante. Como não tem time pra torcer tem que ir ciscar no Barradão.
– Ah, no jogo do Bahia com o Fast também tinha torcedor do Vitória que eu vi – disse um amigo meu tricolor.
– No do Bahia com o Amazonense também – disse outro.
– Tem vídeo disso? – perguntei.
– Não...
– O meu tem. (clique aqui)

O Vitória começou mal. Parecia que a zaga improvisada daria mole a qualquer hora. E até deu um, mas, assim como Jesus, Viáfara salva.
O Atlético MG permanecia no campo de ataque. O Vitória parecia desconfiado da zaga improvisada e não arriscava muito. Só com o passar dos minutos, ganhando mais confiança, que o time passou a dominar o meio de campo. Eu queria que o primeiro tempo terminasse logo, pois depois da conversa nos vestiários o Vitória só poderia melhorar. Carpegiani estava vendo os erros. Concertaria.
No finalzinho, um delírio frustrante com um gol anulado. Realmente estava impedido, mas se fosse, por exemplo, do Corinthians, desconfio de que não seria anulado.

Mesmo sem jogar bem o Vitória saiu aplaudido de campo.
A conversa nos vestiários funcionou e o time voltou outro pro segundo tempo. Ficou mais tempo no campo de ataque, buscou o gol, criou jogadas... Mas a porra da bola não entrou. Roger bateu um pênalti mais de perto que um pênalti; escolheu o canto, chutou, venceu o goleiro, mas a bola caprichosamente foi na trave.
– Se essa não entrou, não entra mais nenhuma hoje – disse um torcedor do meu lado, que também reclamou muito de Apodi, inclusive dizendo que a culpa dele tá jogando mal é da escova que ele fez no cabelo.
Apodi não voou tanto nesse jogo, mas seus cabelos...

Acredito que Apodi não jogou bem também por conta do problema da zaga. A zaga não comprometeu em nada, não cometeu erros fatais, porém deixou o time receoso.
O saldo positivo foi que em outra ocasião de desfalque o time vai estar mais confiante.
Apodi foi substituído e um início de vaia pra ele começou, mas foi logo engolido por aplausos e gritos de “uh, é Apodi” por parte dos torcedores mais sensatos.

O Vitória jogou bem. Merecia ter ganhado e um empate, mesmo em casa, da forma que foi, não é um resultado pra se lastimar.
– Ah, o Vitória se fudeu – disseram os torcedores do time de Paulo Carneiro no dia seguinte.
Como o Bahia só dá vexame, é uma alegria enorme pra eles o Vitória empatar em casa.

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